Histórico do projeto: O projeto Geoparque Sertão Monumental tem inicio no Projeto Geoparques, concebido pelo Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM em 2006, que, alinhando-se aos princípios estabelecidos pelos Geoparques Globais da UNESCO, desempenhou um importante papel no estímulo à criação de geoparques em território nacional (Schobbenhaus e Silva, 2012). Ao todo, essa iniciativa resultou em 25 propostas, fruto de colaboração com diversas instituições, fundamentando-se na premissa essencial de realizar a identificação, levantamento, descrição, inventário, diagnóstico e ampla divulgação de áreas com potencial para se tornarem geoparques. Em determinados casos, essa ação catalisadora ocorreu por meio de parcerias ou com o respaldo de entidades governamentais ou privadas, especialmente universidades, as quais compartilham interesses alinhados com as comunidades locais.

Em meados de 2009, ainda na execução do projeto Geodiversidade do Estado do Ceará a região, que se destaca pelo imenso e exuberante campo de inselbergues nos municípios de Quixadá e Quixeramobim, chamou a atenção da equipe do Serviço Geológico Brasil. Além desta notável beleza paisagística, a região apresenta uma geologia composta por um complexo de rochas ígneas associadas à ascensão dos batólitos Quixadá e Quixeramobim, os quais estão associados à Zona de Cisalhamento de Senador Pompeu (um importante marcador da reconstrução pré-deriva do Gondwana). Além disso, um incipiente turismo de aventura destacava-se, ainda que de maneira tímida, e um notável patrimônio histórico e cultural material e imaterial. Essas características (Figura 1) constituem os preceitos de um geoparque e foram suficientes para a proposição da área como favorável à candidatura de um geoparque, passando a integrar os mapas de áreas potenciais em 2010.

Somente em 2018, durante uma reunião do Serviço Geológico do Brasil, iniciaram-se os levantamentos para esta proposta. Em 2019 foram realizadas as campanhas de campo em parceria com pesquisadores da UFC e IFCE e a publicação do relatório foi realizada no início de 2020, contendo o inventário do patrimônio geológico da região.